Assessoria
Senso de urgência – esse foi o motivo que levou a deputada Socorro Neri(PP) a requerer e coordenar o Seminário sobre “Mudanças Climáticas com ênfase em soberania alimentar, racismo ambiental e injustiças climáticas”, realizado nesta quinta-feira,19, na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados. Segundo Ana Toni, chefe da Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), infelizmente essa urgência não está sendo refletida nas políticas públicas da maioria dos países, “levando a imensos prejuízos”. A secretária ainda recomendou: “Temos que fazer um plano ambiental com a cara do Brasil”.
Neri destacou que enquanto a soberania alimentar (direito a alimentos saudáveis ) refere-se a toda a população, o racismo ambiental(como poluição do ar/água) afeta de forma emergencial os povos mais vulneráveis (indígenas, quilombolas e ribeirinhos) alcançados pela crise climática. ”Portanto são temas interconectados”. O agravante, explicou a parlamentar, é que as mudanças climáticas intensificam as desigualdades ‘’já que ameaçam a segurança alimentar”. Isto devido ao risco de perdas na produção agrícola, “que influem diretamente na oferta de alimentos ”.
Participações
Dentre os convidados da deputada acreana ao Seminário, Ana Isabel (Movimento dos Pequenos Produtores) disse que as questões climáticas estão no centro da preocupação do campesinato brasileiro, enquanto José Vitor(Coalizão Negra por Direitos) lembrou que “enquanto houver racismo, não haverá democracia ambiental”
Uma das declarações mais impactantes ficou por conta do vereador Francinei Andrade, do município paraense de Juriti, que parabenizou Socorro Neri “pela coragem de discutir a questão climática, um tema melindroso que não traz o devido dividendo político”, e Marcos Woortmann(Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia-IPAM), que lembrou que a imensa maioria dos municípios brasileiros não possue política climática definida. E ainda alertou: “É preciso implementar a PEC do Clima”.
Urgência
Para a deputada, seja por qualquer ótica que se analise as implicações sociais das mudanças climáticas (no Brasil e no mundo)a questão principal é o senso de urgência. “Nós precisamos agir”. De acordo com a parlamentar, é urgente que sejam estabelecidas políticas públicas efetivas para garantir o abrandamento das mudanças climáticas e adaptação à lei, sempre na perspectiva de justiça climática. O objetivo, para a parlamentar, é garantir que os mais vulneráveis sejam acompanhados a fim de assegurar vida digna. “Não dá mais para tratar esta discussão com negacionismo. É urgente olharmos o que estamos vivendo tanto na Amazônia como no resto do país”.