- Da Redação – Elson Costa
Acadêmica do curso de bacharelado em Ciências Biológicas do Campus Floresta, da Universidade Federal do Acre (UFAC), Samile de Souza Oliveira, participa de uma pesquisa orientada pelo professor Doutor Rogério Oliveira Souza, que é doutor em Genética. A pesquisa estuda abelhas tribo euglossine, que são solitárias e não vivem em colmeias e está sendo realizada em cinco locais de bairros da zona urbana de Cruzeiro do Sul e também na floresta do Campus.
Na floresta do Campus Floresta a coleta da pesquisa já está sendo realizada há um ano e na zona urbana os estudos estão sendo realizados nos bairros João Alves, Centro, Copacabana com o objetivo de avaliar a diversidade. “Nossa cidade está no meio da floresta amazônica, mas é muito quente pela falta de arborização ideal na zona urbana que iria ajudar as abelhas que tem grande importância na polinização. Sem as abelhas não teríamos alimentos”, explica a acadêmica.
A acadêmica enfatiza que em alguns lugares a polinização já está sendo realizada a dedo e com um custo muito alto, mas se tem recursos naturais como as abelhas, sendo necessária uma melhor preservação do meio ambiente com o plantio de árvores frutíferas e flores que são muito importantes para elas, mas também para o ser humano para um melhor resfriamento térmico da cidade e uma ventilação que tornaria o ambiente com um clima mais ameno.
“Trabalho com cinco gêneros dessa tribo de abelhas, que são muito bonitas, mas, às vezes confundidas com as moscas varejeiras por semelhança na coloração. Elas são verdes, azuis, metalizadas, a abelha mamangava, por exemplo, que vocês conhecem, é da ordem eulema. Tenho duas linhas de pesquisa, uma na área de mata do Campus Floresta e a outra na zona urbana onde fazemos marcação das abelhas para acompanhamento”, explica.
Para a coleta das abelhas a acadêmica usa uma armadilha manual feita com uma garrafa pet com quatro furos por onde a abelha vai entrar atraída pela essência e também um pulsar que é utilizado para pegar a abelha durante o voo. Depois de capturada ela é identificada com marcação de tinta no tórax ou com a retirada de uma das antenas ou pequena parte da perna que não causa nenhum dano a ela.
Samile informa que a pesquisa é realizada uma vez por mês em cada ponto da zona urbana da cidade momento que é verificada a temperatura e o clima do local, além do movimento dos carros que pode influenciar na presença das abelhas e destaca que na área da Avenida Mâncio Lima ela não está conseguindo atrair as abelhas na coleta que é feita no período da manhã, das 8:00 às 11:00 horas.
“É preciso cuidar para a preservação das abelhas que tem a grande utilidade no meio ambiente para a polinização, com a pesquisa vamos adquirir mais conhecimento e cuidar mais do meio ambiente da cidade que precisa ter cada vez mais abelhas e também informar as pessoas que ficam curiosas e perguntam sobre o que estamos fazendo e paro para explicar como estou fazendo nessa entrevista”, ressalta.
A pesquisa é realizada através de uma bolsa com recursos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) da UFAC e a acadêmica avalia que o Campus Floresta é um incentivo de grande valor para Cruzeiro do Sul, que tira muita gente da pobreza, através do conhecimento e a graduação tem uma grande importância para o futuro do jovem que precisa da oferta de mais concursos público. “Avalio que estudando terei um futuro e um trabalho melhor e pretendo continuar, depois da graduação, com um mestrado e doutorado”, disse.
Samile entende ainda que o poder público precisa garantir melhores condições e incentivos para os jovens acadêmicos como, por exemplo, a oferta de transporte público gratuito porque muitos não tem o dinheiro para pagar R$ 6,00 todo dia para se deslocar até o Campus. Ela parabeniza a Reitoria da UFAC pelo Restaurante Universitário (RU) que garante alimentação de qualidade no almoço e jantar ao preço de R$ 1,00 porque muita gente não tem alimentação em casa.
“Estudei no curso de técnico em Agropecuária do IFAC, mas sempre tive amor pela Biologia. Lá tive meu primeiro contato com abelhas e me apaixonei. Escolhi esse curso de bacharelado, desde que entrei pensei em trabalhar com abelhas e está sendo maravilhoso. Entendo que é necessário escolher um curso que se identifique porque senão a taxa de desistência e muito grande e outros alunos perdem a vaga”, finaliza.