- Por Renato Menezes, g1 AC — Rio Branco
Acreano Rogério da Silva Mendonça tem extensa ficha criminal e responde por crimes como roubo e latrocínio. Ele já estava preso no Acre quando foi apontado como mandante do homicídio de Taylon Silva dos Santos, de 16 anos
O criminoso Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, que é um dos foragidos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, responde por vários processos judiciais que incluem roubos, associação a facção criminosa e assassinatos. Um dos crimes é o homicídio do adolescente Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, em abril de 2021, em Sena Madureira, no interior do Acre.
A informação foi confirmada ao g1 nesta quinta-feira (15) pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), e também consta no processo de homicídio qualificado que o criminoso responde. O adolescente foi morto com um tiro na cabeça. A ordem para o assassinato teria partido de dentro do Presídio Evaristo de Moraes, em Sena Madureira, onde Rogério Mendonça estava preso na época.
Segundo as investigações da Polícia Civil, ele e outro detento teriam ordenado o homicídio. O adolescente seria da mesma facção dos suspeitos e teria ofendido um dos envolvidos na execução. De dentro do presídio, os suspeitos mandaram os comparsas julgar e matar a vítima.
Pela morte do adolescente, Rogério foi condenado a 32 anos, 7 meses e 20 dias em setembro de 2022 por homicídio qualificado com motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de corrupção de menores e organização criminosa.
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Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, morreu no Pronto Socorro de Rio Branco após levar tiro na cabeça — Foto: Arquivo pessoal
Taylon dos Santos chegou a ser levado ao Pronto-Socorro de Rio Branco, mas não resistiu e morreu três dias depois de dar entrada no hospital. Ao g1, Marcos Frank, delegado do caso na época, afirmou que o caso em questão teria ligação com guerra entre facções criminosas que atuam na região.
“Foi por um motivo fútil. O menor fez um comentário que não agradou um deles, que estava preso, chamou ele de alguma coisa. Teve uma espécie de julgamento sumário e deram um tiro na cabeça dele”, disse na época Marcos Frank.
Nesta quinta-feira (15), delegado também confirmou ao g1 que, antes do homicídio do adolescente, Rogério praticou o roubo de uma moto em 18 de fevereiro de 2021. No dia 22 do mesmo mês, ele assaltou um motorista de aplicativo. Três dias depois, ele foi preso em flagrante com uma arma de fogo após investigações e foi levado ao Presídio Evaristo de Moraes, em Sena Madureira. A polícia representou pela prisão preventiva dele em razão destes crimes.
No dia 7 de abril, já preso, acionou dois comparsas, um menor e outro maior de idade, para matar Taylon. Os dois foram identificados pela Polícia Civil. Um foi apreendido e o outro preso. Após o crime, Rogério foi transferido para o Presídio Antônio Amaro Alves, na capital, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ficou desde então, até ter sido transferido ao Rio Grande do Norte.
Fuga de presídio federal
Rogério Mendonça, conhecido como Querubim, e outro acreano, Deibson Cabral Nascimento, vulgo Tatu, fugiram de um presídio federal no Rio Grande do Norte na manhã de quarta-feira (14). Eles também participaram da rebelião no presídio Antônio Amaro, no Acre, que terminou com cinco mortos em julho de 2023.
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Histórico de crimes de Rogério da Silva Mendonça, o Querubim, fugitivo da penitenciária de Mossoró. — Foto: GloboNews/Reprodução
A fichas criminais dos dois apontam que eles são ligados ao Comando Vermelho, mesma facção de Fernandinho Beira-Mar, também preso na unidade federal no Rio Grande do Norte. Ambos estavam na unidade de Mossoró desde o dia 27 de setembro de 2023, data em que 14 presos envolvidos na rebelião foram transferidos do presídio no Acre.
No caso de Rogério, as penas somadas chegam a 81 anos de prisão.
Ao g1, o Iapen-AC informou também que dois os detentos estavam sob responsabilidade da unidade federal, e que todas as informações sobre eles já estavam à disposição por meio da ficha deles.
Sobre a rebelião em 2023, o órgão confirmou que ambos tiveram participação direta em todo o ocorrido. “Quanto ao detalhamento, foi feito pelo Ministério Público na denúncia oferecida ao Judiciário e o caso ainda é investigado pela Polícia Civil”, falou.
