Descarbonização: desativação de usina térmica de Cruzeiro do Sul será como retirar de circulação mais de 95 mil carros 

Por ano, a usina térmica emite 119 mil toneladas de gás carbônico (CO2e) /Ano

Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade do Estado, com 91,8 mil habitantes de acordo com o Censo de 2022, é abastecida por energia elétrica gerada por uma usina térmica, ou seja, a usina queima combustível para gerar energia que atende aos cidadãos. Além de Cruzeiro do Sul, a usina gera eletricidade para Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Vale destacar que a geração de energia térmica não é responsabilidade da Energisa.
Atualmente são consumidos cerca 150 mil litros de diesel por dia para manter a usina em funcionamento. Por mês, isso gera um custo de quase R$ 33 milhões em combustível. Por ano, a usina emite 119 mil toneladas de gás carbônico (CO2e) para a atmosfera, que é altamente poluente, contribui para o aquecimento global e até para a proliferação de doenças respiratórias na população.
Para se ter uma ideia do impacto disso, ao desligar a térmica de Cruzeiro do Sul será como se retirássemos 95,2 mil carros das ruas*. Mas, esse cenário logo será transformado no Juruá. A tão sonhada conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN) deve acontecer no próximo ano. Com isso, toda a região será atendida pela mesma energia que mantém Rio Branco e boa parte do Brasil, por meio de rede de transmissão de energia. Assim, a população terá uma energia limpa e de qualidade.
O projeto de interligação é um compromisso que a Energisa assumiu ao chegar ao Acre, em dezembro de 2019. São anos de investimentos e muitas obras para tornar isso possível. Além da linha de transmissão (que não é de responsabilidade da Energisa), foram construídas centenas de quilômetros de redes de distribuição e subestações de energia em todo o estado. É o impulsionamento necessário para suportar o desenvolvimento e o crescimento econômico da região, nos setores industrial, comercial e residencial, contribuindo para a geração de empregos e renda da população.
Para o coordenador de Construção de Subestação da Energisa Acre, Aislan Kelvin, a interligação vai gerar um crescimento para o estado. “Essas obras vão garantir desenvolvimento sustentável do estado. Além de garantir autonomia energética para o Acre. Para as subestações já construídas nos municípios de Feijó, Tarauacá, Manoel Urbano e Asis Brasil, com a desativação das termoelétricas e interligação ao SIN, os indicadores de qualidade mostram que a duração das interrupções caiu e a frequência delas também, melhorando a qualidade da energia para o cliente”, detalha o coordenador.
Você já ouviu falar em descarbonização? 
É quando os combustíveis fósseis, que emitem gás carbônico, são substituídos por fontes de energia renovável. O Acre localizado no meio da Floresta Amazônica não podia estar de fora desse movimento que é global.
O desligamento das usinas térmicas no Acre é um projeto audacioso liderado pela Energisa Acre e começou em 2020 com a entrega das subestações de Assis Brasil e Manoel Urbano. Mais recentemente, os municípios de Tarauacá e Feijó também foram interligados e tiveram as usinas desligadas.
Depois de 2025, apenas as usinas térmicas dos municípios de Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Jordão e Santa Rosa do Purus continuarão em funcionamento, por falta de acesso terrestre. Mas alternativas já estão sendo estudadas.