- Marcos Guedesda CNN São Paulo
O adolescente de 16 anos que matou o pai, Isac Tavares dos Santos, 57 anos, e a mãe, Solange Aparecida Gomes, 50 anos, ambos adotivos, além da irmã que tinha a mesma idade, na última sexta-feira (17), no bairro da Vila Jaguara, Zona Oeste de São Paulo, disse ter planejado os assassinatos na noite anterior aos fatos.
Durante o depoimento à polícia, o infrator narrou o passo a passo que terminou com a morte dos familiares. Aos policiais, ele disse não ter se arrependido e que se pudesse, faria tudo novamente. Fontes ligadas à investigação contaram que o jovem foi “frio” ao contar detalhes do caso.
Segundo o depoimento, o adolescente se desentendeu com os pais na noite de quinta-feira (16). Na discussão, os pais que teriam o chamado de vagabundo e, como castigo, retiraram o celular dele. O infrator contou que, devido ao castigo, não conseguiu usar o aparelho para fazer uma apresentação na escola.
No dia seguinte, o jovem esperou o pai, um guarda municipal que atuava como agente no destacamento florestal da cidade de Jundiaí, sair de casa para buscar a filha na escola. Ele contou que já sabia onde o pai escondia a arma, uma pistola 9 mm, pertencente à corporação onde o pai atuava e que chegou a fazer um disparo como teste no colchão da cama de casal, no quarto dos pais.
Mortes, academia e alimentação
Por volta das 13h23, o guarda municipal Isac Tavares Santos havia acabado de chegar em casa após ter buscado a filha na escola. Quando ele foi até a cozinha e ficou de costas, na pia, foi surpreendido com um disparo fatal na nuca.
A irmã do adolescente, que estava no andar de cima da casa, teria perguntado que barulho foi aquele. O jovem contou que, neste momento, fez mais um disparo, que acertou o rosto da irmã, que morreu no local.
Ainda segundo o depoimento, após as primeiras duas mortes, o jovem almoçou na cozinha onde estava o corpo do pai. Depois, ele foi à academia e retornou para casa antes da mãe chegar.
Com a morte da mãe já planejada, o adolescente escondeu a arma no sofá da sala e a esperou chegar em casa. Quando Solange chegou, por volta das 19h, o adolescente abriu o portão para ela parar o carro na garagem.
A mulher então, atravessou a sala e entrou na cozinha, quando se deparou com o corpo do marido. Neste momento, o adolescente fez mais um disparo fatal, matando a mãe.
No depoimento, o infrator não contou onde dormiu na noite das mortes. Ele disse que no dia seguinte (sábado, 18 de maio) foi até a cozinha e que, por estar com muita raiva, deu pelo menos duas facadas no cadáver da mãe. O objeto atravessou o corpo e atingiu o cadáver do pai.
Depois das facadas, o adolescente contou ter seguido a rotina de academia e alimentação. Somente na noite de domingo, dois dias depois das mortes, o adolescente acionou a polícia. Era quase onze da noite quando ele mesmo ligou 190 e contou ter matado os familiares e que queria se entregar.
No local, os policiais encontraram os corpos já em estado de decomposição e a arma do crime na mesa da sala. O adolescente foi apreendido e encaminhado à delegacia.
Nesta segunda-feira (20), a polícia transferiu o infrator para a Fundação Casa. A investigação tenta descobrir se o adolescente agiu sozinho.