Acadêmicos dos cursos de Psicologia, Direito e Arquitetura e Urbanismo da Uninorte desenvolvem projeto de valorização dos povos indígenas

em um projeto com povos originários que oferece uma ação comunitária que busca ajudar, dar visibilidade e apoio aos povos originários, que têm sua população muito afetada nos dias atuais.

O grupo de acadêmicos é formado por 20 integrantes, que escolheram dar suporte aos indígenas por conta do crescimento das massas globais e do esquecimento de uma cultura tão rica. A ajuda vem com a doação de alimentos ricos e naturais, roupas longas, visibilidade e apoio, pois, nos tempos em que vivemos, os povos tradicionais estão sendo deixados de lado.

Cultura indígena é rica de muita arte

A ação social ofertada pelos cursos veio com a proposta de beneficiar uma demanda de populações indígenas carentes e esquecidas. Como dito nas palestras, na área de ensino “Extensão”, os povos tradicionais nunca foram escolhidos para serem trabalhados no projeto comunitário, até mesmo pelos demais alunos da Uninorte.

A avaliação do grupo de acadêmicos da Uninorte é que os indígenas estão sendo esquecidos pelos alunos de outras áreas, o que só comprova ainda mais o preconceito e a negligência enraizados na sociedade e em órgãos públicos, que precisam ser superados com a valorização dos povos originários.

O acadêmico Luís Lopes destaca a falta de recursos nas comunidades visitadas, sendo a primeira delas o Centro Yusa Kuru Txanaya, que tem um ambiente agradável e acolhedor. Na conversa com moradores do local, foi constatado que a falta de infraestrutura e atenção faz com que a cultura esteja sendo julgada e desrespeitada pelas pessoas.

Comentários agressivos como “fedorentos”, “preguiçosos” e “folgados” são ditos frequentemente quando os indígenas vão à cidade. O relato de abandono do governo também é muito grande. Eles já procuraram ajuda, mas nunca tiveram retorno. “Eles trabalham com artesanatos, cujo material é muito escasso e, muitas vezes, deixam de produzir pela falta de matéria-prima”, disse.

A segunda visita do grupo de acadêmicos foi feita na associação Centro Huwa Karu Yuxibu, que foi apresentada pelo guia Leonardo Dantas. Ele lamentou as diversas queimadas, a falta de água potável e o desmatamento que ocorre no local e os estudantes constataram que várias áreas estavam sendo queimadas.

Artesanato mostra o potencial da cultura indígena

Outras constatações, na conversa com os povos indígenas, mostram que eles só são lembrados no dia 19 de abril, Dia do Índio. A valorização proposta é crucial para mostrar a verdadeira realidade de muitas aldeias espalhadas pelos municípios do Estado do Acre, para que se possa salvar e preservar a nossa grande e linda floresta, afirma Luís.

Gabriel Mattia enfatiza que, no decorrer das visitas, os relatos ouvidos revelaram grandes desafios próprios de cada comunidade, que envolvem, entre outros, a preservação de tradições entre as gerações mais novas, insegurança habitacional, acesso à saúde e à água encanada, além da intolerância religiosa e da adaptação ao ambiente urbano.

“Apesar disso, os povos originários persistem com enorme riqueza étnico-cultural, tendo sido por vezes citado o papel de suas línguas, músicas e cerimônias na manutenção de sua identidade. Um ponto que achei interessante na visita foram os medicamentos da floresta: o rapé, o cipó e a ayahuasca”, enfatiza ao avaliar a realidade.

Medicamentos da floresta, rapé, o cipó e a ayahuasca, tem forte presença na cultura indígena

“Essas ervas naturais são vistas de forma preconceituosa pela população, que usa o termo ‘drogas’ para se referir ao medicamento. Portanto, as verdadeiras ‘drogas’ são os aparelhos digitais, que deixam o mundo ansioso e que não buscam conhecer a cultura e a diversidade das aldeias”, ressalta o acadêmico.