Academia Acreana de Letras realiza em Cruzeiro do Sul seminário de apoio à criação da Academia Cruzeirense de Letras

Um seminário organizado pela Academia Acreana de Letras (AAL) reuniu, na noite desta segunda-feira (06), no auditório da Fundação Elias Mansour, no térreo do Teatro dos Náuas, imortais da Academia, intelectuais e escritores cruzeirenses que prestigiaram o momento já considerado um marco histórico para o município de Cruzeiro do Sul, onde tiveram início as discussões para criação da Academia Cruzeirense de Letras com três palestras ministradas pelos imortais da academia acreana que apoiam a iniciativa.

Prestigiaram o evento os imortais da Academia Acreana de Letras Adalberto Queiroz de Melo, atual presidente, José Dourado, professor universitário e Pedro Ranzi, desembargador aposentado, escritor e ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, os escritores cruzeirenses Antônio Franciney de Almeida Rocha, Raimundo Carlos de Lima (Dindola), que mora em Cuiabá e está em visita à sua cidade natal, o professor Aldemir Maciel Filho, a escritora Cibele Resende, o secretário municipal de Cultura, professor Flávio Rosas e o professor Ralph Fernandes, entre outras personalidades que testemunharam o momento histórico.

Os palestrantes, os imortais da Academia Acreana de Letra, o professor José Dourado de Souza, Dr. Pedro Ranzi e Adalberto Queiroz de Melo

No evento foram ministradas as palestras:  História da Academia Acreana de Letras no contexto da História da Cultura Brasileira, de 1937 a 2024, por José Dourado de Souza; Organização e Funcionamento de Uma Academia de Letras, por Adalberto Queiroz de Melo e Orientações Jurídicas para a Criação de uma Academia de Letras, pelo  Dr. Pedro Ranzi.

O escritor cruzeirense Franciney Almeida lembrou de uma reunião em 2016 com a presença de algumas pessoas, entre elas a professora Regina Maia e o escritor Edson Sidou, que não estão mais entre nós, com a ideia de implantar uma Academia Cruzeirense de Letras. “Era uma tentativa, mas não vingou. Então, que esse momento seja realmente não apenas uma tentativa, mas que seja para ficar. Hoje, temos dinheiro das três esferas de poder para qualquer coisa na área da cultura, essa produção é subsidiada e que seja para nós uma retomada”, disse.

O secretário municipal de Cultura, professor Flávio Rosas, que agradeceu a presença de todos, destacou o momento histórico do início da organização da criação da Academia Cruzeirense de Letras. “Fizemos uma visita ao presidente da Academia Acreana de Letras, em Rio Branco, para conhecer a academia, depois participamos de uma atividade de premiação de mulheres e agora temos essa oportunidade de saber o que é preciso para fundar a Academia Cruzeirense de Letras”, disse ao ressaltar que o município de Cruzeiro do Sul tem grande produção literária.

O Imortal da Academia Acreana de Letras, Dr. Pedro Ranzi, foi o palestrante do tema Orientações Jurídicas para a Criação de uma Academia de Letras, manifestou sua satisfação pela oportunidade de estar em Cruzeiro do Sul, onde chegou a cerca de 50 anos e destacou que a comitiva da Academia Acreana de Letras une e dá forças com indicações de como organizar e construir juntos a criação da Academia Cruzeirense de Letras, que será uma entidade civil autônoma, sem fins lucrativos e que apesar de ter parcerias, não é vinculada ao poder público.

“A Academia Acreana de Letras foi criada dentro do Palácio Rio Branco, mas na parte prática não tem vínculo público, apesar de parceria de cessão de servidores, de convênios, mas em tese não está vinculada. O que buscamos é todas as vertentes da cultura. Hoje a forma de escrita e de manifestações é outra e temos que nos adequar com a realidade porque todo aluno tem um notebook ou computador, mas não podemos esquecer dos livros e da formação básica e pensar como administrar essas questões da mídia com a realidade e trazer o jovem para a leitura”, disse.

Adalberto Queiroz em sua palestra destacou que a Academia Acreana de Letras foi fundada em 1937 e que ele tem o maior interesse em ver que Cruzeiro do Sul prepara a criação da sua Academia de Letras. “Ninguém faz nada sozinho, estamos aqui primeiro com a grande parceria do Governo do Estado do Acre, através da Casa Civil e o motivo de estamos aqui é animá-los porque vocês são muito capazes de ter uma academia. Na fundação da Academia Acreana de Letras tinha apenas dez pessoas, por isso quero dar as boas-vindas à vocês”, disse na abertura do seminário.

O presidente enfatizou ainda que em 88 anos a Academia Acreana de Letras teve apenas oito presidentes ao destacar que foi eleito para tirar apenas três anos, conforme o Estatuto. “Adalberto não quer reeleição porque entendo que outros também precisam se inteirar dos assuntos, problemas e dirigir a academia que agora apoia a criação da Academia Cruzeirense de Letras neste município de Cruzeiro do Sul”, disse.

Raimundo Carlos de Lima, escritor cruzeirense autor da obra “ NA AMAZÔNIA OCIDENTAL: a cidade-sede do alto Juruá revelada”, avaliou o seminário. “Tive uma oportunidade ímpar, de estar aqui em minha terra natal neste momento tão especial, de um evento com três imortais da Academia Acreana de Letras (AAL) visando implementar a criação da ACADEMIA CRUZEIRENSE DE LETRAS. Naturalmente, sou absolutamente a favor de sua criação. Trata-se de privilégio de um município, que tem destacada importância no campo da culinária e da literatura, que andam juntas e são entrelaçadas. Vamos fazer o que for necessário para alcançar essa conquista. Obrigado a todos que estão empenhados nesse objetivo”, disse o escritor.